sábado, abril 09, 2005

De lábios azuis e verdes
eu te pinto; de braços de mármore
e mãos de marfim.

Tela de luz dentro
dos meus olhos.

Rasto de cor e água de ti.
Paixão, paixão, vermelho
assim.

sexta-feira, abril 08, 2005

Voltar

E de novo o sorriso de quem tem ainda tanto para lhe dizer. De novo os lábios de quem está longe mas que não deixa nunca de estar perto. Sempre tão perto, perto sempre. Longe deixa de existir quando se está tão perto. De novo as ondas suspensas em cabelos feitos de mar... de novo um beijo. Um beijo. Nunca o mesmo, nunca igual. Lábios que se não cansam nunca de tocar. Irresistívelmente construíndo outros beijos, outras águas, outros ventos.

De novo, de volta. A ti. E à pele dos teus ombros, à pele das tuas mãos. De novo. Longe não existe quando estás sempre tão perto de mim. Trago-te comigo sempre.

Fazes silêncio na cor dos meus olhos. Palavras não fazem sentido se me olhas assim. Não sei como fazes. Juro que não sei. Respiras o mesmo ar que respiro - o teu. Fazes silêncio com os teus lábios. Fazes silêncio com a pele do teu pescoço. Por onde andam as tuas mãos quando não adormeces com o teu cabelo espalhado nos meus ombros? Ah, voltar a ti como quem volta das ondas do mar para a areia quente. Gosto de voltar a ter-te de novo nos meus lábios. De novo o sabor a vento e a nuvens, o ar eléctrico, o calor dos teus olhos.

Vem sorrir para mim esta noite. A janela está aberta para ti. Sempre.
Ar...
Mergulho nas ruas do teu
sangue...

Construo com
os teus lábios um beijo
que só tu sabes destruir

Ah... ganham de novo cor
os meus olhos de te voltar
a ver...