sábado, fevereiro 26, 2005

carta... (esboço)

À luz de uma vela,
os teus olhos perdem-se...

Poesia em flor...

Onde moram as pétalas
do teu peito,

onde mora a água
da tua boca?

Onde está o ar
que respirámos
da última vez que nos
amámos sem princípo
nem fim?

Quando destróis as ondas
do mar com o teu
cabelo, e

com a seda do teu peito,
há sempre um movimento
tectónico algures
no fundo do mar...

E são tantas as ondas
que te rebentam nas mãos...
Teoria da relatividade (ou teoria do amanhã)

Não mais do que hoje, por certo. Apenas hoje. Nem um dia mais, um dia menos.
Hoje é a hora, o tempo sobreposto num corpo quente, que me queima as mãos e os lábios por mais que sopre.

Não mais que hoje... mas se é o amanhã que quero de ti...! Este, aquele, o outro, todos os amanhãs em que quiseres acordar para mim.

Hoje não existe se não existires a menos de 500 metros de mim. (risos) Na verdade não te quero assim tão longe. Longe até demais. Tenho ainda tanto para te dizer à distância de um segredo, tens ainda tanto cabelo meu para despentear, temos tanto tempo para não dizermos nada e olhar um para o outro...

Para que te quero tanto hoje que te não tenho, se te posso ter amanhã? E o amanhã quando estás parece tão inesperado, tão eléctrico, tão cheio de palavras, tão hoje. Eu sei, eu sei: para quê pensar? Para pensar serve o amanhã, não hoje, que não estás. Para nós serve o amanhã, só nós, sem tempo, sem hoje nem amanhã, que o tempo serve para nos afastar...

E as noites são tantas ainda...