terça-feira, julho 06, 2004

Para ti, o Mar


Acaricío uma vez mais
a doçura das tuas palavras.
A pulsação das tuas sílabas,
um manso prado de águas.
O canto do teu olhar vem-me
seguindo, vem dos lados do mar...
E eu estendo-me ao sol,
no deserto areal de uma praia
num fim de tarde.
Nada está completo sem ti,
sem o silêncio musical dos teus
olhos negros que escutam
a luz da manhã
varrendo o mar...

Quero segurar-me às tuas mãos:
Elas são o sangue
que faz bater o meu coração.
No meu desejo, o sono chegava.
O sono junto a ti, para sempre...

Para mim, o teu olhar quente e doce...

Para ti, o mar...

Ofício triste, o do mar:
trazer-me toda a tua saudade,
que me faz olhá-lo,
à espera que te traga também.

Com as tuas palavras,
com a boca,
com os olhos,
com os dedos,
tenta tocar nos segredos do meu coração.
Outra vez.

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