domingo, fevereiro 27, 2005

(Golden brown texture like sun...)

Sobes as escadas como quem chega a casa... Entras por uma porta que não é a tua, mas estás em casa. E eu estou também. Estive à tua espera como quem espera pelo vento de fim de tarde. Não sei como consegues. Juro que não sei. Estive à tua espera um dia inteiro. Mal te senti sair da cama, mas quando acordei e não vi o teu cabelo na almofada por um segundo quis correr atrás de ti, dos teus caracóis, do calor do teu corpo que não senti perto do meu. Não sei como consegues. Não te tinha visto ainda. E quando chegaste parecia que não te via há uma vida inteira.

E era a primeira vez que te via... chovia lá fora. Tinha os pés molhados, o cabelo húmido. Uma vida inteira sem te ver. Estive à espera um dia inteiro. E na verdade parece hoje que foi mesmo apenas um dia. Não estavas comigo. Chovia e eu tinha os pés molhados. Sentei-me, perdi os meus olhos entre chávenas e copos espalhados numa mesa de café. Voltei a encontrá-los quando chegaste. Sorri. Sorrias, do outro lado, não para mim, talvez para mim, já. Não sei como consegues. Eu vi-te, sorrias, estávas lá, e a partir desse dia estive sempre contigo. Vieste para o meu lado, saíste do papel da fotografia, como no vídeo dos A-ha. E Agora estás comigo, não chove e não te quero deixar.

(...lays me down with my mind she runs...)

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