segunda-feira, março 29, 2004

Na escuridão vi uns olhos verdes,
verdes cristalinos aproximarem-se.
Depois, clareou o dia, imenso de luz.
E os olhos verdes desapareceram...
Mas... não os tinha visto eu?
O que foi que eu vi?

(Foi a transparência fugitiva de um mundo,
um outro mundo, que existe como nós,
suspenso, pairando. E de quando em vez
aparece-nos, como hoje a mim,
para que partamos a descobri-lo...)

Mas porque será que nunca ninguém
conseguiu descobri-lo?
Que nos falta a nós para ver de novo
aqueles olhos verdes voando dispersos?
Serão precisos óculos especiais,
uma lente super-potente?
O quê, pergunto eu...
Mas eu deito-me, tomo banhos de luar,
olhos as estrelas em cima; olho para nós,
em baixo...
Comovo-me com tudo isto
que se depara diante de mim...
e tenho esperança...
E de novo vêem os olhos verdes para mim,
sobrevoando-me, levando-me com eles.

E eu vou, infinitamente...